2009 – parte 1 – Celebrando Júpiter com Netuno em Aquário

          Em 27 de Maio (em Julho e Dezembro também), Júpiter faz conjunção exata com Netuno em Aquário.  Momento de expansão da percepção do ilimitado de forma coletiva. É o momento de compartilhar sonhos e esperanças, de se ter fé no humano. Com os dois regentes de Peixes (e na casa 12 dele), vamos viver o que “inspira” este signo.


           Aquário, 11º signo do zodíaco, tem como imagem o aguadeiro que derrama, distribui a fonte da vida, compartilha o conhecimento. Júpiter (“o grande benéfico”), associado à expansão, durante todo este ano (e a cada 12) neste signo da fraternidade (de 05/01 à 18/01/2010), vem ampliar a nossa percepção do que é sutil, do ilimitado que nos une – função de Netuno. Como uma dádiva de sabedoria e compaixão em toda manifestação humanitária. Este trânsito favorece as amizades, grupos, “ONGs” além de fortalecer a esperança no futuro e capacidade de sonhar. Cada pessoa vai viver isso de uma determinada forma. Muitas vezes estamos tão envolvidos em crises e mudanças tão importantes que nem percebemos as oportunidades e a ajuda que estamos recebendo. Dependendo do caso, Júpiter até agrava uma situação por ampliá-la. Vendo pelo lado negativo, esse trãnsito, devido a sua capacidade de transpor limites (por transcendência e não por rompimento), pode promover um excesso de confiança, de ilusão. Ele será vivenciado por cada signo solar através do seu foco de atenção nas seguintes áreas indicadas abaixo. No caso de signo ascendente, a associação pode ser mais visível, relativa aos “acontecimentos”. Ex.: Signo solar – Leão com Ascendente – Capricórnio: Expansão através dos relacionamentos observada através da expansão dos valores e recursos próprios. Já o inverso: Signo solar Capricórnio com Ascendente Leão: Expansão dos valores e recursos próprios, observada pelo crescimento dos relacionamentos ou através deles.

Áries – recebe ajuda de amigos e grupos, faz planos para o futuro

Touro – possibilidades no setor social, crescimento profissional

Gêmeos – expansão dos horizontes da comunicação, estudos, viagens e questões legais

Câncer – maior confiança nas mudanças, oportunidades através de recursos compartilhados

Leão – crescimento dos relacionamentos ou através deles

Virgem – maior facilidade na manutenção do cotidiano, trabalho, saúde

Libra – criatividade, oportunidades de expressão da individualidade

Escorpião – mais confiança interna, oportunidades relacionadas à família, à casa

Sagitário – oportunidades através dos contatos, expansão do aprendizado, da mobilidade e da comunicação em geral

Capricórnio – expansão dos valores e recursos próprios

Aquário – otimismo e confiança nas suas iniciativas

Peixes – amplia sua conexão com o não visível, você não identifica de onde vem a ajuda

          Sugestão: Você pode também checar como foi a passagem de Júpiter (a expansão) no ano passado (quando ele esteve em Capricórnio) lendo o signo seguinte ao seu. Ex.: Peixes lê o de Áries. Coincidentemente, a última conjunção Júpiter/Netuno (que ocorre a cada 13 anos) também foi em Capricórnio (Em 1997, quando 2 eventos foram bem significativos: a consolidação do Tratado da União Européia e a queda do último braço importante do império britânico – Hong Kong volta para a China após 156 anos.)

          Voltando ao evento – Júpiter conjunto Netuno em Aquário, sua última ocorrência foi em 1843. Neste ano nasceu Koch *, descobridor do bacilo da tuberculose, tendo publicado sua descoberta em 1882, também sob uma conjunção de Júpiter/Netuno (em Touro).

          Em sintonia com esta bela e benéfica efeméride, espero que nossas ações este ano sejam também dignas de um Nobel. Nossos dirigentes estão precisando mesmo desenvolver o amor incondicional pela humanidade! Você acredita em milagre? Presidente dos EUA negro?  Pois é… parece milagre. Mas antes do “Sim, nós podemos., houve um “Eu tenho um sonho.” (Ver 2009 – parte 2 – Plutão em Capricórnio)

 “…Existia, pois, uma razão derivada da natureza das coisas, incitando ao bem e afastando do mal, que para chegar a ser Lei não necessitou ser redigida, pois que já o era desde sua origem. E sua origem é tão antiga como a mente divina. Por isso a lei verdadeira e essencial, a que manda e proíbe legitimamente, é a razão justa do grande Júpiter.” (CÍCERO, Das leis)

 

*(fonte Wikipédia) – Heinrich Hermann Robert Koch (Clausthal11 de dezembro de 1843 — Baden-Baden27 de maio de 1910) foi um médicopatologista e bacteriologista alemão. Foi um dos fundadores da microbiologia e um dos principais responsáveis pela atual compreensão da epidemiologia das doenças transmissíveis.

As suas principais contribuições para a ciência médica incluem a descoberta e descrição do agente do carbúnculo e do seu ciclo, a etiologia da infecção traumática, os métodos de fixação e coloração de bactérias para estudo no microscópio com respectiva identificação e classificação, e a descoberta, em 1882, do bacilo da tuberculose (o Bacilo de Koch) e sua responsabilização etiológica. O seu primeiro artigo sobre esta descoberta contém a primeira declaração do que veio a ser conhecido pelos postulados de Koch.

Em 1883, descobriu – ou redescobriu, segundo alguns autores – o vibrião colérico.

Foi contemplado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1905.

Dá prá entender ou quer que eu desenhe?

Este pequeno texto aborda algumas questões referentes à linguagem escrita ou falada utilizada principalmente na prática de atendimento e no ensino da astrologia.

Penso ser esta uma questão primordial e como tal, deve receber muita atenção. Além de uma postura ética e dos cuidados com as implicações psicológicas que envolvem uma consulta, um bom trabalho requer uma boa dialética. O discurso do astrólogo deve ser “construído” não apenas com informações precisas. Melhor dizendo: a precisão e a qualidade do trabalho dependem da sua forma, do potencial semântico da sua exposição. Esta habilidade está condicionada à integridade, à sinceridade do profissional. O bom profissional é cônscio da sua capacidade e função, mas principalmente, conhecedor dos fundamentos de suas colocações e subordinado aos princípios – os seus e os do saber que professa.

A subjetividade é compreendida através da imagem simbólica gerada pela composição das palavras. O discurso se faz objetivo quanto mais se foca o essencial, sem a pressa em dar-lhe uma definição, uma forma. A analogia ali estudada precisa ser reconstruída para ser inteligível com palavras. O seu significado não está nelas. Elas devem ser como letras que formam “a palavra virtual” portadora do significado. Formando um símbolo, um desenho, uma imagem mental que propicie a percepção da analogia em questão. A dificuldade está em ser fiel à sua grandeza. Duas tendências então, são comuns de ocorrer, vindo em auxílio para compensar essa dificuldade: a do “astrologuês” ou o da excessiva pontuação de eventos passados. Ou seja, surge a vaidade ou o exibicionismo como forma de comprovação de capacidade. Como a arte, isso não se ensina. Embora o professor deva incentivar através da sua própria postura, no mínimo, a honestidade. E como tudo na vida, com amor e boa vontade tudo flui bem, todos acabam se entendendo.

O que tem e faz sentido, o será, em cada ser, quando for para ser. Mesmo partindo do princípio de que o astrólogo sabe da “química mental” do cliente, seu comportamento, interesses, seu momento e evolução, o agora só se desenha quando se está vivendo.  Assim como o conhecimento adquirido não é apenas transposto, mas reciclado através da vivência. Achei legal, mas não lembro quem disse: “Gosto de ser professor porque gosto de estar sempre aprendendo.”

O atendimento

Relacionar-se efetivamente implica em enfrentar a diversidade e descobrir, por entre as artimanhas dos nossos egos, um lugar de harmonia, de encontro. Este lugar é apenas encontrado no respeito, na compaixão. Certas pessoas não chegam lá, permanecendo apenas no nível de troca de interesses relacionados ao poder pessoal. Isso ocorre até entre os que se consideram religiosos fervorosos. Porque é do humano. Astrologia não é terapia, mas pode proporcionar a cura não encontrada em 20 anos de tratamento psicológico. E isso não é só eu quem afirma. Li em uma entrevista, Dalai Lama dizendo que qualquer profissional relacionado com prática terapêutica deve atuar com compaixão. Caso contrário, a terapia não funciona.

Mesmo o cliente estando ciente de que a leitura do seu mapa não avalia, apenas define proporções, ao se submeter a uma análise pessoal, é comum surgirem sentimentos de culpa, de estar sendo criticado. Cabe ao astrólogo ser cuidadoso neste aspecto e conter seu impulso sádico de “pisar nos calos” ou “catucar a ferida” ao se valer da isenção que o conhecimento astrológico propicia.

Nós, como consultores de astrologia, somos normalmente movidos por boas intenções. Nos preocupamos com o bem estar do cliente, com o nosso sucesso profissional, com os princípios éticos, etc. Mas, podemos detalhar essas boas intenções em técnicas que não deveriam ser nunca esquecidas:

– Valorizar e priorizar o momento presente

– Facilitar o encontro do cliente com o seu centro, sua principal orientação

– Proporcionar sempre a visão dos opostos e minimizar exageros

 

Com que direito posso dizer ao cliente que seu sofrimento corresponde à forma como ele é?  Mesmo não falando desse modo, é subentendido. Mesmo quando informamos que os astros não determinam; que o mapa não diz tudo, apenas tendências, etc. Cheia das melhores intenções, vendo de fora aquela pessoa repetindo os seus padrões de comportamento e reclamando da vida, identifico aquele aspecto do mapa correspondente e ao interpretar o seu significado, colocando o cliente como o agente daquela situação, ele reage, nega, tentando te provar que é uma outra pessoa na vida dele que é assim ou faz aquilo com ele. O cliente sofre muito com esse procedimento do astrólogo. Afinal, os dois querem acertar! Buscam o melhor, não querem erros. O astrólogo não errou tecnicamente na leitura do mapa. Mas errou como ser humano. Não teve compaixão. Errou justamente na sua maior vocação. Não CONSIDEROU. Violou a ética no seu grau mais elevado – o que alguns chamam agora de “cosmoética”. Como observar o grau de evolução de consciência de uma pessoa através do mapa? É preciso definir uma linguagem para cada cliente? Acredito que sim. Então, o astrólogo errou sim, também tecnicamente. No caso das previsões esse problema se amplia de forma imensurável. Ao tomar conhecimento de um fato futuro a pessoa está tendo uma visão parcial e superficial daquela experiência porque ainda não é uma VIVÊNCIA. Ele vivencia aquela informação e a processa com os recursos que dispõe até aquele momento. Ele passa a saber do evento mas não sabe COMO IRÁ VIVER aquele evento. Até lá, ela já se transformou, evoluiu e não vai viver aquilo da forma como imagina hoje. Em resumo, nenhum dos dois sabe exatamente o que vai acontecer. É bom ou ruim ficar sabendo do futuro? O momento dessa revelação, o trânsito da hora da consulta em relação ao mapa natal do cliente, revela o que está representando aquele momento. O que está acontecendo está “escrito nas estrelas”. Pode não ter uma boa legibilidade, mas a analogia está sinalizada no mapa. Nunca se sabe tudo e o mapa não “fala tudo”. Mas quando encontramos um sentido, um significado em algo, é porque identificamos alguma totalidade em nós, mesmo sem ter consciência disso. O mesmo acontece referente ao que o astrólogo não comenta ou simplesmente não vê naquele momento. O julgamento da sua competência não está na quantidade de suas revelações. É criticado e condenado porque deixou de citar algo. A tendência mais comum é tomar o significado pertencendo ao observado. Excluímos-nos desse processo e não nos responsabilizamos por ele. Como alguém que, ao observar uma obra de arte, pergunta imediatamente: “O que é isso?” Raramente nos perguntamos o que aquilo é para nós, num primeiro momento. Porque para “entender” é preciso sentir, entrar em contato, relacionar-se com o objeto, responder ao estímulo incluindo a observação de si mesmo. É um olhar que promove introspecção. Se você não está disposto a enfrentar essa experiência, o máximo que você pode dizer é se gosta ou não da obra. Se lhe é agradável ou não. E como já dizia Caetano: “porque narciso acha feio o que não é espelho…” Para se ver “de fora” é preciso desprendimento e coragem.

Ter consciência de que não se deve violentar outro ser, não impede um assassino de cometer o seu crime. Ele sabe que errou e não precisa existir lei nem igreja para que ele tenha consciência. Mesmo sendo um mentecapto e seu ato ser julgado decorrente da sua insanidade, ele percebe que se violentou também. O juízo não é uma faculdade limitadora. Ele é intuído, é natural. Ele identifica limites, através das partes e de dados isolados, de conceitos diversos, mas o seu poder é o de unir. O juízo é o guardião da integridade. Seu foco é um ponto central que oscila no movimento dos opostos. Falo não do julgamento do que é certo ou o errado, mas da busca da liberdade de ser. Uma pessoa equilibrada, capaz de uma visão imparcial, não é aquela representada por um profissional que não considera sua visão pessoal, adotando uma determinada regra de conduta para si e para os outros. Produziria, desta maneira, um ideal utópico e morto. Não há vida, nem verdade, nem saúde no que é adotado como formatado e imóvel. O bom profissional não é aquele que “não se envolve” e que se apóia no conhecimento das métricas para esconder o seu afetivo, o qual ele vê como um erro, feio, triste e solitário. Oh! Seu amor está salvo pela métrica! Por uma ordem maior! Acima de todos e do bem e do mal. Assim ele se sente absolvido da culpa de ser imperfeito ou pecador. Suas emoções e características individuais de nada servem senão para servir a coletividade. Ele acha que assim, com humildade devocional, seu amor “presta” para alguma coisa. Através do conhecimento de uma ciência, ele não precisa dizer “eu sinto isso”, ele passa a dizer “isso é ou funciona assim”. A consciência da sua insignificância tem como contrapartida uma tarefa difícil e de estimado valor. Quanto maior a sua dedicação, maior sua redenção. Seu pecado é a sua ineficiência e precisa ser combatida. Sua emoção está a serviço da precisão.

Já o apaixonado, utiliza o saber da sua profissão para expressar e reafirmar o que lhe emociona. É obcecado por verdades absolutas e totalizantes, pois só estas podem corresponder à dimensão do seu afeto. Quanto mais abstrato e impreciso, melhor. As excentricidades e contestações são as suas preferências. O comum não interessa. Dramáticos, chamam atenção para o seu ponto de vista e suas experiências individuais, tentando compensar a sua incapacidade de interagir com os valores coletivos. Como não estão abertos a outras visões, e pertencer a um grupo representaria a sua morte, exacerbam ao máximo a importância da individuação. São os excêntricos que criam técnicas “mirabolantes” ou os apelidados de “gurus”.

Tive sorte de encontrar bons astrólogos e professores na minha vida. Sou muitíssimo grata a todos eles.

Concluindo, o horóscopo não diz “o que vai lhe acontecer” mas você pode reconhecer alguns sinais da sua auto-realização. Como disse Jung: “Você é o que lhe acontece.” Segundo o renomado astrólogo Dane Rudyar, é você que acontece ao evento. Tanto nossas escolhas quanto os fatos que vivenciamos e nos surpreendem, só são dignos da nossa confiança, quando aceitamos a existência de um sentido maior em tudo. Essa “razão” tão complexa e ampla é impossível de ser conhecida e delimitada; a não ser, por nossa capacidade natural de desenvolver analogias. A astrologia é um exemplo desse nosso potencial, ao encontrar e demonstrar significados comuns entre diferentes substâncias e grandezas. Ao estudarmos o tempo, estabelecemos uma linguagem para expressar a nossa compreensão do ritmo da vida. Qualificamos o tempo com base nas manifestações cíclicas celestes e terrestres. É do ciclo, do círculo – projeção da unidade, que advém a nossa confiança. Reconhecemos em nós, os movimentos do céu. Ao mesmo tempo em que ampliamos a consciência, expandimos o nosso conhecimento do universo. A natureza das coisas só muda de aparência, sob os diversos pontos de vista. Somos um. Ou melhor dizendo, somos sempre uma relação.

 

“DOZE signos do céu o Sol percorre,

E, renovando o curso, nasce e morre

Nos horizontes do que contemplamos.

Tudo em nós é o ponto de onde estamos.

 

Ficções da nossa mesma consciência,

Jazemos o instinto e a ciência.

E o Sol parado nunca percorreu

Os doze signos que não há no céu.”

 

Fernando Pessoa

Obra Poética – Poesias Coligidas – Inéditas – 14/08/1925

 

O profissional

Tornar-se um astrólogo é passar a ver ordem no caos do universo através da identificação de correspondências e analogias entre o céu e a terra. Ao estudar a dinâmica cósmica, além da postura filosófica, suas pesquisas podem se assemelhar as dos biólogos, médicos, psicólogos, antropólogos… Por isso a astrologia é reconhecida como uma proto-ciência. Não é uma panacéia, mas seu fundamento está na origem da visão de mundo de qualquer ser humano. Aliás, penso que qualquer ciência pode encontrar seu fundamento no saber astrológico. Alguns até a consideram como uma ciência infusa, inspirada por Deus.

Sendo uma ciência tão antiga quanto o próprio homem, nada mais superlativo pode existir do que o estudo da correspondência entre o micro com o macro. É um “prato feito” para quem quer se sentir “o máximo”. Já pensou ser o interlocutor da natureza da criação sem distinção de religião ou cultura? Tomados muitas vezes como arrogantes, ouvimos críticas do tipo: “Quem você pensa que é? Deus?” Mas, pedante não é quem utiliza em seu discurso palavras que a maioria das pessoas desconhece. Ser pedante é desconsiderar esse fato, desrespeitando assim o outro (ouvinte ou leitor).  Por isso, considero a postura didática um ato de generosidade e deve ser aplicada no atendimento. Isso não quer dizer que você precise ensinar astrologia ao cliente, nem discorrer sobre todas as associações de cada símbolo citado. Precisa observar o que faz sentido para você e para ele. O que ambos estão compreendendo. A chave para essa compreensão é buscar entrar em contato com a relevância do momento. Considerando o que é conveniente e interessante. Essa habilidade para se encontrar o “relevo” é o principal objetivo do atendimento e pode ser desenvolvida.

Uma boa escola de astrologia pode desenvolver esse aprendizado se ela estiver em constante atualização, correspondendo à evolução do conhecimento. Não falo da atualização dos símbolos ou mitos modernos. Falo da permeabilidade ao novo e da confiança no presente. Valorizar o agora e dar-lhe um sentido. O conhecimento antigo é fundamental mas sua atualização é vital. A leitura de um mapa não é apenas a passagem de informações. Vejo o atendimento astrológico como um trabalho sendo criado à seis mãos! O astrólogo, o cliente e o todo. É uma trindade criadora. Todos são criadores, participantes. Mas, o todo não é o pai, nem o cliente o filho, e muito menos o astrólogo o espírito santo! Cada atendimento é um aprendizado e uma auto-descoberta também para o astrólogo. Ele não DETÉM conhecimento. Ele “é” o que sabe e o que não sabe. E, como tudo, em constante transformação.

Não é pela repetição que se define uma totalidade ou uma identidade. Obtém-se a visão da totalidade quando se considera tanto o observador quanto o observado. De onde parte a visão, a sua abrangência e em que determinado instante no tempo. A representação dessa relação é expressa no mapa como uma parada no tempo e no espaço, correspondente ao nascimento. Quando o ser sai da mãe, tornando-se um individuo espaço-temporal. A consideração daquele instante ampliada ao máximo, incluindo os dados cósmicos conhecidos, propiciou um desenho. Este foi o modelo, a estrutura básica. O nascimento é o início de um ciclo de vida que para o homem, tendo apenas um só poente, obtém naquele que renasce todos os dias – o sol, o seu referencial de eternidade. Sua vida corporal é linear com crescimento e morte. Sua vida como espírito é vista de várias formas em analogia ao renascer constante do Sol. Mesmo ciente de que este é um fenômeno observado sob o seu ponto de vista, portanto aparente, por que é tão intensa essa identificação? Penso que sabemos da nossa natureza, do nosso potencial, mesmo sem ter consciência disso. Assim como temos sistemas no nosso organismo que garantem o nosso equilíbrio, nossa vitalidade física e mental, os organismos dos quais fazemos parte também tem (ex.: família, pátria, universo) Se você se responsabiliza considerando essa sua realidade participativa, você, além de ser mais feliz, tem a sua curta vida eternizada através dos tempos. Como disse Fernando Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro…”

Pagamos um preço muito alto separando o espírito da matéria. A supervalorização de um é a desvalorização do outro. Ser objetivo não é não ter dúvidas, não é ser preciso e não errar. Ser acertivo é ser íntegro. Definir e reconhecer os limites da matéria é fácil. Basta se dedicar. Definir e reconhecer os limites do espírito, não. É difícil porque exige a própria inclusão. Tocar a espiritualidade é participar. É se mostrar, se aceitar. Saber que qualquer ato seu ou característica da sua personalidade, tem um sentido e uma função no destino universal.