2009 – parte 2 – Plutão em Capricórnio

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          Plutão em Capricórnio traz grandes transformações em estruturas, lideranças e hierarquias (ver o post anterior – A HIERARQUIA E A GRAVIDADE).

          No mundo, as maiores mudanças serão observadas na política e na economia.

          Cada signo solar terá o seu foco de atenção nas seguintes áreas indicadas abaixo. No caso de signo ascendente, a associação pode ser mais visível, relativa aos “acontecimentos”. Ex.: Signo solar – Aquário com Ascendente – Touro: Poder transformador na conexão com o não visível, no inconsciente, atuando nas questões relativas ao estrangeiro, estudos, viagens, questões legais ou religiosas. Já o inverso: Signo solar Touro com Ascendente Aquário: Poder transformador relacionado ao estrangeiro, estudos, viagens, questões legais ou religiosas, atuando na conexão com o não visível, no inconsciente.

          Neste breve resumo, podemos ter uma noção de onde o movimento poderoso de destruição e regeneração associada à Plutão estará atuando (de 2008 a 2024):

Áries – no setor social, profissional ou na estrutura familiar   

Touro – relativo ao estrangeiro, estudos, viagens, questões legais ou religiosas

Gêmeos – nos assuntos que envolvem uma fusão com o outro, nos recursos compartilhados

Câncer – nos relacionamentos

Leão – no cotidiano, no trabalho ou na saúde

Virgem – na criatividade (inclusive filhos), na capacidade de expressão da individualidade

Libra – na vida privada, família, casa

Escorpião – no meio circundante (irmãos, parentes e vizinhos), na comunicação em geral

Sagitário – nos valores e recursos próprios

Capricórnio – na iniciativa, no modo de agir ou no próprio corpo

Aquário – na conexão com o não visível, no inconsciente

Peixes – associado a amigos, grupos ou nos planos para o futuro

          Sugestão: Você pode também checar como foi a passagem de Plutão (a transformação) nos últimos 13 anos (quando em Sagitário desde 95) lendo o signo seguinte ao seu. Ex.: Peixes lê o de Áries. 

A hierarquia e a gravidade

Introdução

          Com Plutão entrando em Capricórnio, as autoridades mundiais sofrem a força natural da gravidade. O poder de transformação vem regenerar o que é reconhecido como supremo.

          Os trânsitos críticos deste astro (recentemente destituído da condição de planeta), sempre me fazem lembrar o bandido quando anuncia um assalto: “- Perdeu, perdeu! Passa tudo!”  Resistir pode ser fatal…

 

A supremacia do centro na escolha de uma representatividade

          A teorização astrológica pode também sofre mudanças devido a uma dificuldade de apreensão e entendimento do porque aquele determinado conhecimento é assim simbolizado convencionalmente. Vamos ver os astrólogos estudando diferentes abordagens, experimentando outras técnicas. Mais do que nunca é essencial ao astrólogo, o conhecimento profundo dos mitos, símbolos e sinais com os quais trabalha. Sua visão pessoal molda não só a linguagem, como as formas de abordagem de acordo com a compreensão de seu tempo. O desconhecimento ou o desrespeito aos fundamentos da astrologia ou de qualquer premissa de uma determinada aplicação teórica pode anular a sua pertinência ao campo do saber astrológico. Essa é apenas uma pequena apreciação do rigor exigido do profissional, principalmente quanto à hierarquização.    

          Sendo uma visualização topocêntrica, de estrutura concêntrica, sua linguagem deve atender, portanto, a este “ponto de vista” – ao significado central, à essência do símbolo.

          Ao se transpor o conteúdo para a linearidade da construção da linguagem, sua “pureza” fica comprometida por estar sendo “manipulada” pela racionalidade de cada indivíduo. Cada um tem o seu sistema de hierarquização, organização e seus recursos. A exteriorização correta, ou seja, a boa e clara teoria é a que promove uma fiel reconstituição interna do tema em questão. Tanto no próprio emissor quanto no receptor. Essa visualização interna ocorre, quando a convenção utilizada não é apenas uma ressonância do natural, uma alegoria, mas seu correspondente por analogia. Como assim acontece na compreensão imediata diante de símbolos naturais, por exemplo.

          A hierarquia na astrologia se faz pelo grau de “pureza”. Os elementos de cada conjunto são individualizados, inteiros, totais. Assim como as cores primárias (formadoras da luz visível) que não são formadas por nenhuma outra, mas participam da composição de qualquer cor, mesmo que seja como oposta e complementar. A fração de uma inteireza sempre vem acompanhada do seu complemento, mesmo ele não sendo aparente. Assim como os símbolos abarcam o seu inverso.

          Portanto, Plutão em Capricórnio atuando nos sistemas hierárquicos, provoca também uma revisão da ordenação do pensamento e, claro, da linguagem. Os modelos antigos não servem mais. É preciso aprofundar-se, revisitar a origem, tocar o cerne. Os esquemas racionais vão tentar organizar as emoções percebendo o verdadeiro centro da questão, o qual só é reconhecido individualmente pelo coração. A linguagem simbólica então vem “socorrer” a expressão dos sentimentos, por transcender o determinismo espaço-temporal.

A visão espacial e o bidimensional

          A qualidade da informação não é definida por sua forma isolada de seu contexto. A identificação do significado de um ponto é definido por sua relação com o espaço. Vemos então surgir a linha que representa esta relação – o horizonte. Temos a noção do eu (no Ascendente, no que se eleva) por contemplarmos a oposição que nos define e limita (no Descendente, no ocaso). A “existência” é reconhecida através da relação.

          A percepção do centro na linearidade, só é encontrada após a apreciação da dualidade, da definição de seus extremos, no ponto comum. No meio do Céu, a dualidade é vista como complementares de uma só totalidade – a visão genérica. Só aqui, definimos o centro. A visão geral e imparcial obtida deste ponto de vista é uma representação do centro. Nem o Meio do Céu, nem Capricórnio são “o centro”, mas o representam em relação ao todo. O reconhecimento de supremacia, de autoridade ou a identificação do centro de qualquer coisa, torna-se impossível se não delimitarmos a dimensão, “o raio da ação”. A determinação do cume define o ângulo da abertura do compasso, a circunferência – linha do caminho evolutivo, a representação do ciclo, a manifestação do centro. Quando não dispomos dessa representatividade, ficamos oscilando entre opostos, experimentando a diversidade e a alteridade. Através de meras comparações e até mesmo no relacionamento com o outro, o máximo que conseguimos, é vislumbrar o ponto médio definido apenas pelo ponto de vista individual. Ao não reconhecermos uma autoridade, ficamos só no individual e no confronto à tudo o que é externo a nós. O que, ou quem se encontra numa posição de supremacia, só se mantém aí se for capaz de representar a totalidade da qual pertence.

Do alto

          O Meio do Céu, interseção do meridiano do lugar com a eclíptica, é reconhecido como o lugar do destino. Tradicionalmente, os astros situados nele, norteiam nossas vidas

          Do alto, observamos a abrangência e as particularidades referenciadas entre si e ao todo. Para o alto, projetamos nossas metas, almejando esse posicionamento privilegiado, símbolo da vitória sobre a gravidade. Plutão aí, angular, em Capricórnio, vem transformar o que consideramos mais representativo. Modificando estruturas e reformulando esquemas sociais. Ao meio-dia, no ponto máximo de luz, ele vai nos promover maior clareza na percepção do que é realmente relevante e mais importante. Com o astro da transformação neste ponto, as antigas representações de supremacia morrem, assim como qualquer classificação decorrente dela. A hierarquização natural, como a filiação, por exemplo, também deve receber uma nova abordagem ao longo desses 16 anos de trânsito. Tudo o que possa ser simbolizado pelo Sol, enquanto líder ou autoridade é igualmente alterado de alguma forma entre 2008 e 2009 principalmente.

           Como órfãos, sobrevivendo nesse “desnorteio”, teremos que descobrir nossos pais internos para nos orientarmos.

Na História

           Para a astrologia, este período traz transformações relativas à sua própria representatividade no social. Por estar baseada no princípio solar, ela recebe uma atenção especial. Assim foi entre 1637 e 1770 aproximadamente, com o declínio da astrologia no ocidente. Considerando que em 1762, Plutão fez a passagem de Sagitário para Capricórnio, destaquei alguns fatos relevantes da nossa história neste período crucial. São eventos apontados na maioria dos livros consultados.

          Na passagem do Iluminismo para o Romantismo (que antecede o Positivismo), o pensamento se voltava para as questões sociais. Há o combate à desumanidade da aristocracia e ao poder autoritário e dogmático da Igreja. Em “O Contrato Social” (1762) de Jean-Jacques ROUSSEAU – o teórico da Revolução Francesa (1789), apresenta sua visão política – o ideal de uma ordem estabelecida pela vontade da maioria:

          Submetendo-se cada um a todos, não se submete a ninguém em particular, e como não há um associado sobre o qual não se adquira o mesmo direito que se cede sobre si próprio, se ganha a equivalência de tudo o que se perde e maior força para conservar a que possui.

 

          Filósofos oscilam entre duas concepções, as quais irão se unir no fundamento das ciências: o racionalismo empírico através da sistematização. As estruturas visíveis da natureza eram transcritas em linguagem. Surgem então, os chamados “enciclopedistas”. De 1751 à 1777 – Denis DIDEROT (filósofo) e Jean D’ALEMBERT (filos. matemático) lançam a “Enciclopédia ou Dicionário Racional de ciências, artes e comércio” (contendo críticas a religião e na intenção de reunir todo o conhecimento).

 

          Outros destaques importantes:

*       1735 – Carl Von LINNÉ – publica na Holanda “Sistema da Natureza” – sistema binominal de classificação de plantas e animais (utilizado até hoje). Sistematizado em 5 categorias: classe, ordem, gênero, espécie e variedade.

*       Teorias de Antoine-Laurent LAVOISIER (1743-1794 – pai da química moderna, como ciência, de quem se atribui a frase:  “Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma.”

*       de 1749 e 1788 – Georges LECLERC (conde de Buffon) – “História natural, geral e particular “ (biólogo que já chega muito próximo a teoria da evolução)

*       1769 – James WATT (matemático e engenheiro escocês – aprimora a máquina a vapor, prenunciando a Revolução Industrial)

*       1775 – Abraham WERNER – (“pai” da geologia histórica – origens da crosta terrestre – funda escola na Saxõnia)

*       1775/1783 – A Guerra da Independência dos Estados Unidos da América (1776)  teve suas raízes com a assinatura do Tratado de Paris  (10-2-1763, entre: Reino Unido, França, Portugal e Espanha ) que pôs fim à Guerra dos Sete Anos. 

*       1781 – Immanuel KANT publica “Crítica da Razão Pura“. Sua filosofia, para escapar do racionalismo, delimita o valor da metafísica para integrá-la em um novo pensamento – idealismo transcendente. (Início da ciência moderna).

 

          Na pintura, Jean-Honoré Fragonard em “The Gardens of The Villa d’Este” (1762) apresenta uma paisagem idílica, exuberante, repleta de detalhes no estilo Rococó (francês).

          Na música, uma curiosodade: Em 1759, Leopoldo Mozart começou a ensinar cravo a seus filhos: Nannerl com 8 anos e Wolfgang com 3!  A partir de 1762, a família inicia uma jornada pelo mundo. Com 5 anos, Mozart já havia composto umas 10 peças (catalogadas). Em 63, com 7 anos em viagem à Paris, conhece Maria Antonieta (com a mesma idade).

Os grandes compositores da época eram Handel e Haydn, mas ainda imperava a música de Bach (falecido em 1750), sendo o preferido de Mozart.

 (ver 2009 – parte 2 – Plutão em Capricórnio)